24.7.09

Q Avenue





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http://thenonist.com/index.php/thenonist/permalink/hot_library_smut/
A Splash of Color

http://www.dpchallenge.com/image.php?IMAGE_ID=9482

23.7.09


A dancer from the English National Ballet performing 'Ballets Russes' at
Sadler's Wells poses in her 'Dying Swan' costume designed by Karl Largerfeld on June 16, 2009 in London, England. (Oli Scarff/Getty Images)

http://www.boston.com/bigpicture/2009/06/dance_around_the_world.html

Twitter?

Mídia convencional e Twitter: relações e conexões


http://missdiorcouture.souliss.com/missd-look/faces/

Por Valério Cruz Brittos e Taize Odelli em 21/7/2009

Na digitalização, vivencia-se a integração da mídia tradicional com outros setores, especialmente aqueles relacionados com as inovações trazidas pela digitalização. Entre os mais significativos está a internet. Depois de jornais, emissoras de TV e de rádio adentrarem o mundo virtual com portais para divulgação de conteúdo produzido, utilizando ainda blogs para dar maior visibilidade às suas ações e avançar na proximidade com o público, as indústrias culturais estão se inserindo no novo fenômeno da internet: o Twitter.

O Twitter é um microblog onde seus usuários fazem postagens de, no máximo, 140 caracteres. Os twitts, como são denominados, podem receber respostas de quem está seguindo a pessoa. Assim, ele também se caracteriza como uma espécie de site de relacionamento. O Twitter caiu nas graças da mídia depois que artistas famosos, como Demi Moore e seu marido, Ashton Kutcher, passaram a usar a ferramenta. No Brasil, o site vem crescendo e, aos poucos, vai conquistando internautas que até então só utilizavam o Orkut, o qual apresentou baixa nos acessos. Porém, o Twitter não é apenas mais uma moda virtual, essencial para todos os usuários da internet que queiram estar "antenados" às tecnologias. Além de reunir pessoas comuns e artistas que querem estar em contato mais direto com o público, o mecanismo tomou grande proporção dentro da mídia convencional.

Informação twitt a twitt

O Twitter tornou-se uma importante ferramenta na vida do internauta brasileiro. Ele foi adotado não apenas como um meio de se comunicar com amigos e familiares. Hoje, ele é usado na difusão de informação. Jornais, sites, redes televisivas e outros meios de comunicação possuem contas no Twitter, onde divulgam notícias e promoções. Em pesquisa realizada pela Bullet, em abril de 2009, 80% dos usuários do site disseram seguir ou já terem seguido alguma agência de notícias.

A ferramenta mostra-se útil também na hora de burlar a censura. No Irã, o presidente reeleito Mahmoud Ahmadinejad, tentou controlar a internet para desestabilizar a organização de protestos contra a sua reeleição. Para contornar a tentativa de censura por parte do governo iraniano, jornalistas e civis passaram a divulgar e organizar os protestos através de blogs e, principalmente, do Twitter. Uma manutenção no site que havia sido agendada para o período das eleições foi adiada para não deixar os iranianos sem essa ferramenta de divulgação. Golpe de marketing ou não, a decisão tomada pelos dirigentes do Twitter foi aplaudida pela maioria.

Não só as agências de notícias invadiram o microblog. Agências de empregos entraram na onda da comunicação por 140 caracteres e agora divulgam no site suas vagas de emprego atrás de candidatos. O que começou com empresas de informática vai se expandir para todas as áreas profissionais, segundo especialistas. Logo, o Twitter se mostrou uma ferramenta não só de contato com conhecidos, mas também de ampliação com contatos profissionais.

Em meio a isso, o usuário comum do Twitter também é visto como divulgador. Uma pesquisa realizada pela Harvard Business School mostrou que o microblog não é só mais uma ferramenta virtual de conversação, ou seja, de apenas manter contato com as pessoas. A análise de tráfego e perfis dos internautas apontou que o Twitter é um instrumento de difusão da informação, como o rádio e a televisão. A pesquisa realizada pela Bullet definiu que a maioria dos usuários do Twitter, jovens entre 20 e 30 anos, além de possuir blogs, repassa para seus "seguidores" links de notícias, artigos, vídeos e outros conteúdos considerados interessantes. As notícias e vagas de empregos divulgados no site pelas agências não só abrangem o número de pessoas que seguem suas páginas, mas também outros usuários, que se informam "de twitt a twitt".

http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=547ENO001



Twitter para quê?


Por Luciana Moherdaui

Nova tecnologia serve mais à publicidade e à autopromoção do que ao trabalho jornalístico

No início da década de 1990, o programador Jack Dorsey, pensando na tecnologia usada para localizar taxistas, se perguntou por que não utilizá-la para encontrar pessoas. Assim nascia a idéia do Twitter. Por ser uma proposta baseada no SMS (Short Message Service), serviço de mensagens curtas transmitidas por celular, a rede, porém, só foi criada em 2006, após Dorsey convencer Evan Willians, desenvolvedor do Blogger (da Google) e diretor de criação Biz Stone a ajudá-lo nessa empreitada.

Com a mesma lógica dos SMS, o Twitter opera com notas de 140 caracteres. Esse é o limite para que, conectadas ao serviço, as pessoas respondam à seguinte questão: “What are you doing?” (O que você está fazendo?) e possam ser acompanhadas (“seguidas”, no jargão do serviço) por qualquer um, independentemente de conhecerem os seus seguidores, explicou Dorsey em entrevista ao caderno "Link", de "O Estado de S. Paulo", em março passado.

Essa fórmula fez o Twitter passar de 9,8 milhões de visitantes em março de 2008 a 19 milhões em março deste ano, apenas nos Estados Unidos. Isso representa um crescimento de 131%, segundo dados da TechCrunch.

Não é sem razão que a plataforma tem sido amplamente utilizada para transmitir eventos ao vivo por empresas de comunicação. A rede de tevê americana CNN criou uma conta no site para destacar sua grade de programação. Inspirados em feeds, os jornalistas do "Wall Street Journal" receberam a incumbência de escrever notas curtas, claras e objetivas para um público que tem pressa de receber informações: profissionais do mercado econômico.

Mas nisso tudo há um porém: guardadas as restrições tecnológicas, quem disse que o Twitter foi pensado para fazer coberturas jornalísticas em tempo real? Se os criadores admitem terem baseado o serviço no SMS por conta de infraestrutura de rede, ainda que Dorsey o chame de rede de notícias, que tal pensar o microblog a partir de uma perspectiva menos institucionalizada?

Não é mais uma novidade o fato de Twitter ter se tornado um ambiente de marketing e autopromoção. De olho na estrondosa audiência que posta mensagens diariamente, milhares de empresas se apropriaram da ferramenta para vender seus produtos, sobretudo os conglomerados de mídia. O capital simbólico do Twitter é a popularidade das pessoas.

Talvez isso explique o contrato publicitário firmado entre a Telefônica e o jornalista Marcelo Tas. Com mais de 32,5 mil seguidores, Tas divulga em seu perfil o Xtreme, serviço de TV fechada, internet e telefone por fibra ótica da empresa espanhola. O jornalista também indicará filmes e palestras com a tag identificadora do serviço.

Essas ações colocam em xeque a função das redes sociais, ainda que Dorsey rejeite esse rótulo. Em tese, elas foram criadas a partir da lógica da web 2.0, segundo a qual o usuário não somente interage, mas publica e modifica o conteúdo. Entretanto, conforme o tráfego aumenta por causa do número de pessoas conectadas, da troca de informações e do compartilhamento de links, o espaço começa a ser loteado por companhias interessadas em prospectar negócios com base em perfis sociais.


Redes e rebanhos

A razão de as redes sociais serem administradas por poucos faz parte da lógica capitalista e, de certa forma, o Twitter representa esse modelo. Biz Stone, um dos co-fundadores do microblog, disse em entrevista ao "The Daily Telegraph" que pretende expandi-lo para vender espaço publicitário. “Se esses serviços têm valor para companhias, acreditamos que pagarão por isso. O desafio é adaptar o Twitter às necessidades empresariais”, afirmou.

“Obviamente que esse modelo de negócio aplicado às redes sociais está fadado ao fracasso. Por duas razões: não há uma forma eficiente de funcionamento e há muitos não-envolvimentos nessas plataformas”, disse Geert Lovink, crítico de internet e ativista de mídia, no debate “Estamos preparados para o público 2.0”, realizado no dia 14 de abril, em São Paulo.

No evento, organizado pelo grupo de pesquisa NetArt - Perspectivas Criativas e Críticas, em parceria com a Agência Click, Lovink disse apostar em uma rede social organizada, não pautada por modismos. O pesquisador dividiu a mesa de debates com Ronaldo Lemos, diretor do Creative Commons no Brasil, no auditório do Tuca, onde discutiram as perspectivas da criação artística e da produção de informação no contexto da web 2.0.

Se é verdade que as pessoas que acessam redes como Facebook, Twitter e Orkut formam o que Lovink chama de um movimento de rebanho, ou seja, não têm permanência, passam um tempo e depois migram para outro lugar, como elaborar uma crítica aprofundada que dê conta de mapear modelos de negócios e competências?

Essas questões parecem nortear o debate em torno das plataformas, uma vez que se tornaram uma atividade de centenas de milhares de pessoas, assim como os blogs. Portanto, a análise de competências indicará a função de ferramentas como o Twitter, atualmente explorado como diário pessoal, espaço publicitário e como publicador de conteúdo jornalístico -desde links com matérias de versões on-line e impressa de jornais a coberturas em tempo real.

Esse fervor em torno do microblog levou o jornal inglês "The Guardian" a fazer uma brincadeira com os 140 caracteres permitidos em cada post. Em 1º de abril, o site anunciou que trocaria a impressão pela publicação via Twitter, pondo fim a 188 anos de tradição. O texto afirmava que especialistas garantiram ser possível informar com notas tão curtas.

Só podia mesmo ser piada defender a produção do noticiário a partir de 140 caracteres. Mas a ironia do "Guardian" faz todo sentido e é um recado aos afoitos em usar as redes da moda para fazer jornalismo -e a lição serviu a essa jornalista. Quando foi convidada para "twittar" o evento “Estamos preparados para o público 2.0?”, não sabia que o microblog não suportaria mais que 119 postagens por hora.

No calor da discussão sobre uso de redes sociais versus economia, durante a cobertura que eu fazia, apareceu a seguinte mensagem: “Wow, that´s a lot of twittering. You have reached your limit of updates for the hour. Try again later” (Uau, muita “twitação”. Você atingiu o seu limite de atualizações por hora. Tente, novamente, mais tarde) Mais tarde? Como? O evento não vai esperar o Twitter liberar o acesso! A solução foi usar um perfil alternativo e transferir o final da cobertura para lá.

Uma semana depois, um novo teste confirmou a mesma limitação. Desta vez, ao alcançar 126 postagens, veio o alerta: “Wow, that´s a lot of Twittering”. Fui pesquisar nas configurações do Twitter para verificar se havia informação sobre esse tipo de restrição. Mas não havia nada. Há apenas links para conhecer o microblog, as políticas de privacidade e indicações de como usá-lo.

Outra prova de que o serviço não suporta muitos acessos aconteceu quando o programa "Fantástico" anunciou seu Twitter, registrou 3 mil seguidores e, às 23h55 do dia 19 de abril, quando alguém tentou se conectar, recebeu o seguinte aviso: “Twitter is over capacity” (Twitter ultrapassou sua capacidade).

Isso leva à seguinte conclusão: o Twitter não foi feito para fazer jornalismo como se deve, nem tampouco coberturas ao vivo, como jogos de futebol, Carnaval ou desastres. O template simplesmente não suporta. Esse formato nos remete ao início da web, ou seja: texto + links. Pois é apenas o que se pode fazer. Por diversas razões, destaco as que me incomodaram mais:

1) Não é possível editar. Ou seja, se você errou vai ficar errado, a não ser que apague a mensagem e a publique novamente.

2) Há um limite para notas postadas em um dia (no meu caso, foram 119).

3) O total de caracteres permitido (140) não dá suficientemente para um lide jornalístico.

4) A organização da cobertura vira uma bagunça, porque no meio da lista surgem posts de pessoas ligadas ao seu perfil, com assuntos desconectados, e isso "trunca" a informação.

A resposta pode estar na pergunta que Abel Reis, presidente da Agência Click, lançou à mesa, no debate em que eu fazia a cobertura via o microblog: "O Twitter é uma forma de impulso confessional?". Ou seja, a função do microblog é apenas a de reproduzir o cotidiano das pessoas? No limite, pode ter um propósito de autopromoção (individual e empresarial), mas como espaço para jornalismo tem implicado em consequências desastrosas.

Talvez o momento, agora, não seja de pensar apenas plataformas para o exercício jornalístico, mas sim refletir sobre uma outra questão levantada por Lovink, que diz ser necessário repensar o conceito de notícia. "O que é notícia para as redes sociais?", pergunta o crítico de internet. A pergunta pode ficar aqui como lição de casa para nós, jornalistas, que não deixamos passar nenhum hype da cultura de rede. Embarcamos em todos. Mesmo que seja para chegar a lugar nenhum.


link-se

Twitter -

Twitter - http://twitter.com/netart_studies

Guardian - http://www.guardian.co.uk/media/2009/apr/01/guardian-twitter-media-technology

Wall Street Journal - http://online.wsj.com/article/SB123741800551177861.html

The Daily Telegraph - http://blogs.telegraph.co.uk/amanda_andrews/go/tag/view/all/Biz%20Stone

TechCrunch - http://www.techcrunch.com/2009/04/24/twitter-eats-world-global-visitors-shoot-up-to-19-million

Link - http://www.link.estadao.com.br/index.cfm?id_conteudo=15433

Geert Lovink - http://networkcultures.org/wpmu/geert/

Blog do Tas - www.marcelotas.blog.uol.com.br

Blogger – http://www.blogger.com

Estamos preparados para o público 2.0? - http://net-trends.ning.com

Agencia Click - www.agenciaclick.com.br/


Publicado em 10/5/2009
.
Luciana Moherdaui
É doutoranda na PUC/SP em Processos de Criação nas Mídias, autora do "Guia de Estilo Web" (Senac, 1999), primeiro do gênero no país, e do blog "Contra a Clicagem Burra" (www.contraaclicagemburra.blogspot.com). Foi bolsista do UOL Pesquisa em 2008 e participou da criação do Ig e do Último Segundo.

http://p.php.uol.com.br/tropico/html/textos/3081,1.shl

22.7.09

Casi Divas



Las estrellas nacen, las divas se hacen.
Las estrellas nacen, las divas se hacen.

Título original: Casi Divas
Dirección: Issa López
Guión: Ignacio Darnaude y Issa López
Elenco: Patricia Llaca, Julio Bracho, Maya Zapata, Ana Layevska, Daniela Schmidt, Diana Garcia
Producción: Ignacio Darnaude y Luz María Rojas
Compañías: Columbia Pictures Producciones Mexico
País: México
Año: 2008
Género: Comedia
Idioma: Español
Duración: 90 min
Estreno en México: 11 abril 2008

***

19.7.09

Harvard se pasa al digital

La editorial de la prestigiosa universidad estadounidense ofrecerá sus títulos en formato de libro electrónico en la red



ELPAÍS.com - Madrid - 17/07/2009

Harvard University Press, la editorial encargada de las publicaciones de la prestigiosa Universidad, ha anunciado hoy que ofrecerá más de 1.000 títulos digitalizados en la red en forma de libro electrónico. El movimiento supone una clara apuesta por el negocio web en un momento en el que las ventas de la editorial no están en su mejor momento.

Según afirma Jon Stokes en un artículo de la web Ars Technica, la tirada de las editoriales universitarias es tan pequeña que resulta tremendamente difícil hacer dinero con ellas, y los costes de cada libro provocan precios poco competitivos. Poner títulos disponibles en Internet disminuye el precio y acerca la biblioteca a cualquiera que disponga de una conexión.

Pero según Stokes hay un escollo importante que salvar para que el sistema funcione: los propios autores. El mundo académico estadounidense no ve con buenos ojos la publicación de importantes obras del saber en formato digital, por lo que los propios especialistas podrían ser un obstáculo para llevar la universidad a la red.

Los formatos electrónicos, al alza

Las obras de Harvard University Press se publicarán en Scribd, un sistema para compartir documentos de texto que puede insertarse en cualquier web. Los títulos se visualizan de forma similar a un PDF y pueden ser subidos en multitud de formatos, ya que el sistema se encarga de convertirlos. Los documentos pueden ser visualizados en cualquier página web o blog, sin necesidad de conversión ni de ningún tipo de descarga.

En los últimos meses los proyectos de digitalización de libros siguen creciendo. El programa Google Books digitaliza y publica online desde hace cuatro años fragmentos de libros, algunos protegidos por copyright. En octubre de 2008, después de dos querellas, Google pactó con autores y editores de EE UU adelantar en concepto de indemnización 34 millones, destinados a los titulares de los derechos de las obras escaneadas. Pero el proceso se haya en punto muerto debido a las querellas interpuestas por The Internet Archive, una web que almacena todo tipo de contenido digital libre de derechos y que acusa a Google de gozar de posición ventajosa en su proceso de digitalización.

http://www.elpais.com/

El arte global se llama Flickr

MANUEL CUÉLLAR


Más de 39 millones de personas frecuentan este espacio de Internet centrado en la imagen. Atesora más de tres mil millones de fotografías y les ha servido a aficionados de todo el mundo para crear proyectos que crecen solos.
Elevar un hecho a la categoría de fenómeno necesita una buena batería de datos. Aquí van. La cosa de la que estamos hablando puede presumir de tener más de 39 millones de adeptos. El número no llega a la población de España, pero casi. Ofrece más de 3.000 millones de imágenes y una frecuencia de éxito sorprendente: cada minuto, la cosa de la que hablamos recibe 5.000 fotografías de aficionados de todo el mundo. Son cifras de noviembre de 2008, las últimas que se han hecho públicas.

El fenómeno se llama Flickr y está en Internet. Nació en 2004 y, pese a la rapidez con la que los internautas dejan obsoletas las nuevas herramientas, no sólo ha logrado sobrevivir, sino que goza de una salud excelente. Es una de las redes sociales que han logrado mayor aceptación.

Se trata de una web donde los internautas pueden colgar sus fotos, compartirlas y opinar sobre ellas. Algunos ceden gratuitamente los derechos sobre ellas y otros los ceden sólo para determinados usos. Pero, para unos y para otros, se ha convertido probablemente en el mejor escaparate de la fotografía amateur. Martín del Río, un usuario español con casi 7.000 visitas a su galería de imágenes, sentencia: "El gran acierto de Flickr reside en la vanidad del internauta".

Flickr ha cambiado el concepto de álbum fotográfico. En Flickr, ordenar las fotos no sólo ayuda a la comunidad, también al usuario que quiere que su foto sea vista por el mayor número de compañeros. El fenómeno, además, ha logrado que la impresión de la imagen pase a un cuarto plano. Con Flickr, lo importante es participar, compartir y, sobre todo, crear. Se ha convertido en una forma creativa de mantener contacto con personas de todo el mundo a las que no se conoce, pero que están interesadas en la fotografía. No sólo premiarán tus mejores disparos, también los criticarán y te darán consejos. Una escuela espontánea y horizontal.

La potencia de esta esquina de Internet es tal, que ha generado proyectos artísticos de considerable calidad. Uno de esos proyectos lo puso en marcha un fotógrafo llamado Thomas Hawk. Este estadounidense residente en San Francisco tuvo una idea. Siempre lleva encima una de sus máquinas fotográficas. Un día alguien le pidió una limosna y saltó la chispa. Decidió que le daría dos dólares a cada persona que le pidiera dinero en la calle y solicitaría, a cambio de esos dos billetes, un retrato y una pequeña explicación de cómo esas personas habían terminando haciendo de la acera su hogar.

Trasladó el proyecto a Flickr y sin tardar prendió la mecha: más de trescientos fotógrafos de diferentes países recogieron la propuesta de Hawk y la siguieron. Ahora, en Flickr hay un nutrido grupo dedicado a esta iniciativa.

"Documentar, explorar, repetir... La fotografía, para mí, se convierte en una especie de hiperactividad. Quiero que mi trabajo no esté basado simplemente en imágenes individuales, sino en el poder de una cantidad ingente de fotografías excesivas y sorprendentes en las que las historias, los personajes y los lugares unas veces tomen el protagonismo y otras desaparezcan completamente sin que podamos encontrar una buena razón para ello". Así define Thomas Hawk su proyecto. Este fotógrafo se ha prometido a sí mismo que subirá a Flickr al menos un millón de fotografías antes de morir. Es una máquina de capturar imágenes. Por el momento lleva subidas a la página más de 25.000 fotografías, y no puede decirse que ninguna de ellas carezca de intención o calidad.

Dos dólares
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Los retratos de estas páginas son de un proyecto que consiste en ofrecer dos dólares a indigentes que soliciten limosna a cambio de la foto.- THOMAS HAWK

Un ejemplo del grupo minimalista
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Un ejemplo del grupo minimalista.- THOMAS HAWK

¿Dónde reside el secreto de esta red social que gana y gana adeptos y casi cada mes se moderniza? En sus posibilidades y en una interfaz que permite un gran número de actividades. Y sobre todo, en esa ecuación tan de moda en la Red: bueno, bonito, útil y barato. La página tiene una versión gratuita que permite subir un número determinado de megabytes en datos al mes. Si se pagan unos 30 euros al año, la capacidad de almacenamiento es ilimitada. "No consiste sólo en la posibilidad de tener ordenadas tus fotos por etiquetas, lugares, grupos... Es mucho más. A través de esta página he conocido a gente interesantísima, verdaderos artistas que no tienen ningún problema en compartir sus trucos y su trabajo. Es muy adictivo". Lo dice Eva Martínez, de 32 años, que lleva en la página prácticamente desde su inicio.

La idea de poner en marcha este espacio la tuvo Ludicorp, una empresa canadiense que se dedica a realizar videojuegos. En principio, la herramienta fue desarrollada para un juego masivo online llamado Game Neverending. Pero pronto la herramienta demostró ser un proyecto más interesante en sí misma: Game Neverending se archivó y, en febrero de 2004, se lanzó Flickr. El éxito fue inmediato, y en menos de un año, en marzo de 2005, el gigante estadounidense Yahoo! decide comprar Flickr. A partir de ese momento, la multinacional abandonó su servicio Yahoo! Fotos e invirtió sus esfuerzos en la nueva herramienta. Y no se han quedado quietos. A principios de este año, la aplicación incluyó la posibilidad de que sus usuarios pudieran subir a la Red vídeos de alta definición con el mismo orden y las mismas posibilidades que las fotografías.

"Flickr es todo un universo", asegura el usuario español Martín del Río. "Una de sus facetas más interesantes para mí consiste en la posibilidad de crear grupos o unirte a otros ya existentes". En Flickr hay propuestas para todos los gustos. Desde grupos especializados en fotografiar nubes hasta adeptos al minimalismo, a las luces de neón, los amaneceres o atardeceres, las flores, o a vaciar el bolso o el maletín que se llevan al trabajo, ordenar convenientemente su contenido y fotografiarlo.

En esta red social hay aficionados que cuentan con tanta popularidad por la calidad de sus imágenes, que han sido contratados por otros usuarios para, por ejemplo, ejercer de fotógrafos en su boda. Aquellas páginas metidas en carpetas de anillas llenas de instantáneas son ahora un fetiche sentimental. Compartir triunfa, y el escenario es, claro, Internet.

http://www.elpais.com/

Europa, Fança e ... BAHIA



Meus olhos brasileiros sonhando exotismos.
Paris. A torre Eiffel alastrada de antenas como um caranguejo.
Os cais bolorentos de livros judeus
e a água suja do Sena escorrendo sabedoria.

O pulo da Mancha num segundo.
Meus olhos espiam olhos ingleses vigilantes nas docas.

Tarifas bancos fábricas trustes craques.
Milhões de dorsos agachados em colônias longínquas formam um tapete
para sua Graciosa Magestade Britânica pisar.
E a lua de Londres como um remorso.

Submarinos inúteis retalham mares vencidos.
O navio alemão cauteloso exporta dolicocéfalos arruinados.
Hamburgo, umbigo do mundo.
Homens de cabeça rachada cismam em rachar a cabeça dos outros
dentro de alguns anos.

A Itália explora conscienciosamente vulcões apagados,
vulcões que nunca estiveram acesos
a não ser na cabeça de Mussolini.
E a Suiça cândida se oferece
numa coleção de postais de altitudes altíssimas.

Meus olhos brasileiros se enjoam da Europa.

Não há mais Turquia
O impossível dos serralhos esfacela erotismos prestes a deslanchar.
Mas a Rússia tem as cores da vida.
A Rússia é vermelha e branca.
Sujeitos com um brilho esquisito nos olhos criam o filme bolchevista
e no túmulo de Lenin em Moscou parece que um coração enorme
está batendo, batendo
mas não bate igual ao da gente...

Chega!
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos.
Minha boca procura a "Canção do Exílio".
Como era mesmo a "Canção do Exílio"?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
onde canta o sabiá!

Europa, França e Bahia (Carlos Drummond de Andrade)

Um inativo tangível



12.7.09

Offset




A Noirfilm presentation of an Integral Film, C-Films production, in collaboration with ZDF/ARTE, ARTE France Cinema, SWR, Schweizer Fernsehen, in association with Mobra Films. (International sales: Bavaria Film Intl., Geiselgasteig, Germany.) Produced by Boris Michalski. Co-producers, Alfred Huermer, Philippe Avril, Peter Reichenbach, Andi Huber. Directed by Didi Danquart. Screenplay, Danquart, Cristi Puiu, Razvan Radulescu.

With: Alexandra Maria Lara, Felix Klare, Razvan Vasilescu, Katharina Thalbach, Manfred Zapatka, Valentin Platareanu, Anna Stieblich, Bruno Cathomas, Ioana Abur, Marius Chivu, Andi Vasluianu, Tania Popa.
(German, Romanian, English, French dialogue)

'Offset'
Alexandra Maria Lara is at the center of a love triangle in Didi Danquart's 'Offset.'


Though German funded (with additional coin from France and Switzerland), "Offset" fits snugly into the crop of Romanian pics making the Balkan nation one of the hot industries to watch in recent years. Scripted by the same pair who wrote "The Death of Mr. Lazarescu," "Offset" focuses on a Romanian woman torn between her German fiance and her local lover, though the themes have as much to do with Romania's place in contemporary Europe as with the complicated romance that unfolds. Helmed with unexpected maturity by Didi Danquart, fest play could boost Euro arthouse sales.

Stefan (Felix Klare) is in Bucharest to install a new offset machine in the printer's shop owned by Nicolai "Nicu" Iorga (Razvan Vasilescu). During the short time he's been there, he's fallen in love with Nicu's German-speaking secretary Brindusa (Alexandra Maria Lara), who's ended her affair with the boss and accepted Stefan's proposal of marriage.

Nicu is thrown for a loop when he learns of the wedding only days before his ex-mistress is to tie the knot, and does everything in his considerable power to destroy the relationship and bring Stefan down. Meanwhile, preparations are going forward and Stefan's family (overly stereotyped) arrive from Germany, bringing a sour attitude and a superior outlook despite the best efforts of Brindusa's warm and gentle father (Valentin Platareanu).

First seen in a hospital corridor (reminiscent of "Mr. Lazarescu"), Stefan and Brindusa are the picture of a happy couple: the only tension appears to come from Nicu's simmering hatred. But Brindusa has difficulty completely giving up her former relationship one that offers the compelling feeling of being desired by a powerful man -- whose charisma both repulses and attracts.

Whatever else the increasingly cruel Nicu has done, he gave her more flowers than any of her other suitors, Brindusa tells her father.

Underneath it all, "Offset" is commenting on the differences between the German and Romanian psyches, one fostered by a country partaking in the riches of the first world, and the other the product of an ex-communist bloc nation struggling to bridge the enormous divide that began with the Iron Curtain.

As Europe prepares to welcome Romania into the EU, the issue of whether the country is ready to step up to the plate, and whether the Continent will be ready to embrace the latest member of its team, is especially relevant -- the negative assessment here may anger some, though perhaps this is a more honest estimation than more rosy-tinted evaluations.

Main star Lara, whose turn as Hitler's secretary in "Downfall" was overshadowed by Bruno Ganz's monumental perf, shines as the modern, confident woman discovering that her conception of love and comfort are intimately wrapped up in notions of regional experience. Born in Bucharest but raised in Germany, the role seems tailor-made to her abilities. Real-life dad Platareanu is the definition of the genteel intellectual, while Vasilescu's forceful personality maintains a magnetism despite the monster within.

Especially successful in filming dialogue and keeping it natural in several languages, Danquart establishes a rhythm that nicely balances tensions with scenes of genuine warmth. Editing follows the narrative, and expertly shifts tone without feeling manipulative or forced.
Camera (color), Johann Feindt; editor, Nico Hain; music, Klaus Buhlert; production designer, Urs Beuter; costume designer, Bettina Marx; sound (Dolby SRD), Matz Mueller, Erik Mischijew; line producer, Wernfried Natter-Conradi; assistant director, Laura Mihartescu, casting, Danquart, Cristian Mungiu. Reviewed at Rome Film Festival (noncompeting), Oct. 17, 2006. Running time: 108 MIN.

By JAY WEISSBERG
http://www.variety.com/review/VE1117931948.html?categoryid=31&cs=1

8.7.09

António Zambujo








Protests All Over Italy Against The G8 Summit



ROME - JULY 07: Two anti-G8 protesters kiss in front of the police line which barricades the street leading to the US Embassy at Piazza Barberini on July 7, 2009 in Rome, Italy. Protests and demonstrations are expected across Italy as world leaders attending the G8 summit are expected to discuss tackling world hunger and the global reduction of greenhouse gases. (Photo by Christopher Furlong/Getty Images)

6.7.09

"O Twitter já revolucionou a comunicação"


05.07.09

As uma semana agitada na relação entre política e internet (e um coronel amapaense no meio), o jornalista Marcelo Tas faz um balanço do que, afinal, merece atenção. Apoiador e divulgador do #ForaSarney, ele defende a mobilização pela internet mas critica alguns métodos adotados por partidários da campanha. Em entrevista ao Link por telefone, Tas citou a palavra "revolução" nove vezes e falou sobre jornalismo, política e internet. Acompanhe:
Você acha que o Twitter vai revolucionar a comunicação?
Não, eu acho que já revolucionou. Acho que já influenciou e mudou muito a comunicação.
Você acha que essa revolução vai afetar a maneira como a gente recebe e lida com o fluxo de notícias nos próximos anos?
Muito. E é algo que a gente não vai perceber de uma maneira tão pontual quanto a gente percebeu com a chegada da TV, por exemplo. É algo muito mais sutil e, paradoxalmente, muito mais rápido. Entra tão imediatamente na nossa vida que a gente não identifica. A gente tem uma dificuldade muito grande de processamento. Os chips vão se acelerando em proporção geométrica, e a gente continua com o mesmo cérebro, com o mesmo corpo - graças a Deus, inclusive -, e principalmente com a mesma cultura, que é uma cultura muito analógica.
O Twitter pode contribuir para o fim do jornal como conhecemos?
Não gosto do verbo "acabar", gosto do verbo "transformar", sabe? Porque nada vai acabar. Os livros, a disenteria, os finais de casamento, essas coisas não vão acabar. Os dramas humanos e os jornais também não vão acabar. Vai tudo sendo transformado por essa possibilidade que a gente tem não só de consumir como de produzir informação. O leitor virou uma fonte, um produtor de notícia. Mas o cara que apura, qualifica e até comenta o que aconteceu tem que ser muito preparado. Esse alguém pode ser um jornalista, e acredito que vai ser um jornalista, mas pode também ser um cara que escreva bem e more em Cuiabá.
Qual sua posição sobre todo o caso envolvendo o #ForaSarney e as celebridades no Twitter?
Antes de mais nada, fico muito aliviado por ainda termos pessoas indignadas com o Sarney. Acho maravilhoso que uma molecada tenha tido a iniciativa de criar a tag e começado a se manifestar. Esse episódio aí para mim é muito pequeno. É uma coisa que ganhou uma dimensão... não há nenhum interesse em ficar falando em "subcelebridades". Pra mim são pessoas equivocadas sim, e a maneira como eles pediram essa ajuda ao Ashton [Kutcher] foi totalmente ingênua e boboca, para usar palavras muito elegantes. Mas isso para mim teve nenhuma importância. O mais importante foi ver a molecada gerando esse barulhão na internet contra o Sarney.
Ainda que essas manifestações tenham ficado só na rede e poucos tenham comparecido de fato aos locais marcados pra manifestação?
Esse é o jeito analógico de pensar. Quando você fala que o pessoal não compareceu, está se baseando em algo como as Diretas Já, né? Mas nas Diretas demorou um ano e meio pra botar 300 mil pessoas na rua. O #ForaSarney em uma semana mobilizou, saiu matéria em tudo quanto é jornal, e já decretam que foi um fracasso. Se estão criticando as pessoas que foram, quem está errado? Quem foi ou quem não foi? Vi um monte de nerds, em alguns lugares como o Amapá, foram 50 pessoas. Acho isso incrível, primeiro porque o Amapá foi o lugar onde foi eleito o Sarney. E aí as pessoas acham que foi um fracasso. O que me interessa é que tem gente colocando pra fora sua indignação. Jovens que sempre foram tratados como alienados, que "só ficam sentados no computador", quando tiram a bunda do computador são criticados porque são poucos?
Dá pra fazer a revolução pela internet, então?
Não, com a internet não. A revolução se faz com pessoas.
E qual o papel da internet na revolução?
Ela é apenas uma ferramenta, e não é a única. Eu acredito que revolução pra valer, de gente séria, se faz com educação. É a revolução que foi feita na Coreia, e é essa a revolução que me interessa. É o país que tem maior adoção de banda larga e de telefonia celular do mundo, onde a internet não foi tratada com preconceito, mas como uma ferramenta. Nosso erro é olhar pra internet como se ela tivesse vida, como se ela fosse uma pessoa. Ela não é uma pessoa, ela é uma ferramenta como uma caneta. Depende de como a gente usa. O nosso caso, que é bastante grave, é que as pessoas que saem na frente levam porrada de quem tem medo da mudança, como foi essa molecada do #ForaSarney. Tem umas pessoas que ficam torcendo contra, e ficam pintando eles como se eles fossem uns bobocas. Eu não tenho esse tipo de preconceito. Não participei das manifestações, até porque eu, como apresentador do CQC, não tenho que tomar partido ou vestir a camisa de uma causa. Mas apoiei ajudando a divulgar por um motivo muito simples: eu acho o Sarney uma doença para o Brasil.
Não foi ingenuidade dos partidários de Sarney minimizar a campanha?
A cabeça dele é analógica, é a cabeça de um coronel que já fechou televisões e jornais. O Sarney já chegou a tirar do ar a Rede Globo no Maranhão. É um cara que domina o mundo analógico, mas desconhece o digital e começa a levar seus tombos. A mesma coisa aconteceu com o ACM. O coronel manda prender, manda sumir com gente.
Não tenho duvida de que o Sarney vai ser soterrado pela opinião publica.
Diante desse panorama político de uma liberdade de expressão inédita na humanidade, você acha é possível censurar a internet?
Não dá. E isso é curioso, por conta do DNA da internet, que é descentralizado. É uma espécie de armadilha do destino para esses tiranos, mesmo na China. Lá, os nerds conseguem driblar o firewall, a muralha digital chinesa. Não é todo mundo, mas um faz um buraquinho, outro faz e a muralha digital vai cair que nem a grande muralha.
Você acha que os iranianos teriam tido condição de fazer a mobilização que fizeram sem o Twitter?
Não dava. Eles não teriam tido a abrangência e a velocidade que conseguiram. Nós estamos acompanhando em tempo real. Por exemplo, a menina que levou o tiro e caiu no asfalto. A gente viu aquela imagem umas horas depois, o mundo inteiro viu. Há três anos isso provavelmente não aconteceria. Esse é um exemplo muito evidente de algo que já está entre nós.
É o fim da barreira entre fã e ídolo, político e eleitor?
Isso é algo que está aí e vai se aprofundar. O fã realmente vive muito próximo, como o cara que trouxe a informação [sobre a agressão] do Danilo. Ele sabia que eu estava online. Ele não só se sente perto de mim como está perto de mim. Quanto mais você troca informação com seu público, mais constrói relação de confiança. E isso é o que aqueles meninos não souberam fazer, no episódio das "subcelebridades". Eles foram falar de um assunto que não faz parte da vida deles. Falaram do #ForaSarney como se aquilo fosse uma brincadeira. O papo mais idiota que existe é o 'vamos botar no Trending Topics'. A importância disso é zero, e quem pensa desse jeito são pessoas velhas, acostumadas a falar de ibope. A internet não é sobre audiência - não adianta você querer inflar seus seguidores do dia pra noite.
A internet não é sobre maioria, é sobre a força que a minoria ganha...
Exatamente. É sobre 'cauda longa', sobre uma maioria que não é uniforme, como eram os seguidores da novela das oito. Era uma manada de gente que nem sabe porque está vendo a novela. Na internet não, o cara que é meu seguidor no Twitter sabe porque é meu seguidor. Não adianta de uma hora pra outra você querer bombar seus seguidores. No mundo virtual, as coisas têm que ser muito reais. Outro jeito das pessoas pensarem é "quero ficar famoso, então vou lá falar com o apresentador do 'Big Brother'". Tem muita gente que me pede "Marcelo, me dá um tweet que eu quero ficar famoso". É gente totalmente equivocada.
Na internet, você acha que as movimentações vão sempre estar na mão das pessoas?
Não gosto muito desse negocio de 'está na mão do povo', porque povo foi uma palavra desmoralizada pelos políticos.
Mas pense no povo como uma coisa bonita.
É uma ferramenta mais democrática, não tenho dúvida.

Sagas portuguesas




Miguel de Souza Tavares


4.7.09

Virada russa

La promenade, Marc Chagall

La promenade, Marc Chagall

Exposição Virada Russa no CCBB


Exposição com 123 obras das vanguardas russas chega ao Brasil
Táia Rocha, Jornal do Brasil

RIO - No início do século 20, o mundo pulsava no ritmo das novas ideias, seduzido pelas promessas da segunda revolução industrial e pelas novas correntes políticas, tendo como epicentro a Europa. Nesse contexto, a arte russa protagonizou uma reviravolta sem precedentes na história, suprimida pelo realismo soviético implementado por Stalin, na década de 30. Até então, as chamadas vanguardas russas traduziam, desde o fim do século 19, as aspirações estéticas e políticas dos modernistas, em movimentos como o construtivista e o suprematista. Parte deste vigor artístico, criado por artistas como Marc Chagall, Wassily Kandinsky, Kazimir Malevich, Aleksandr Rodchenko e Vladmir Tatlin, chega ao público brasileiro na exposição Virada russa, que traz 123 obras ao Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília, a partir desta terça-feira, com passagem pelo CCBB–Rio entre 23 de junho e 23 de agosto.

Ania Rodríguez, a curadora cubana que faz parte da equipe que organizou a exposição, detalha os critérios para a seleção.

– Escolhemos as obras que mais bem transmitissem a noção de virada na arte russa, as mais revolucionárias mesmo – frisa a curadora, para quem o maior mérito das diversas correntes da vanguarda foi romper com a arte figurativa e, por conseguinte, com a representação formal das imagens.

Berço do modernismo

Mestre em história da arte pela PUC e formada em estudos da curadoria pela Bart College de Noava York, a crítica de arte Luisa Interlenghi aponta o movimento como berço do modernismo.

– O marco do que aprendemos ser o principal para o início dos modernos é com o cubismo de Pablo Picasso. De fato, mas Tatlin conheceu as obras de Picasso e levou para o plano tátil as ideias dos vários ângulos simultâneos, materializando as imagens modernas – contrapõe Luisa. – A corda de suas obras é uma corda real, os materiais estão ali, em três dimensões.

A curadora também ressalta a importância dos ecos vanguardistas nas artes brasileiras:

– Um dos momentos mais importantes para o modernismo brasileiro, o construtivismo, foi fortemente influenciado pela vanguarda russa.


São Jorge, de Kandinsky, rompe com a escola figurativa

A iniciativa de trazer as obras, que compõem o acervo fixo do Museu Estatal Russo de São Petersburgo, detentor da maior coleção de obras russas no mundo, partiu do produtor e curador brasileiro Rodolfo Athayde. O curador entrou em contato com o museu russo e conseguiu articular a vinda das obras. A última grande exposição do país por aqui foi a mosrta 500 Anos de arte russa, na Oca de São Paulo em 2002. Virada russa, no entanto, promete ser a maior coletânea do período vanguardista já realizada em solo brasileiro.

A exposição reunirá pela primeira vez obras como os três quadros de Malevich que marcam o começo do rigor geométrico na pintura – Cruz negra, Quadrado preto sobre fundo branco e o Círculo negro sobre um fundo branco.

– Essas três obras, juntas, são as mais importantes da exposição. Malevich desliga a arte de qualquer sentido representativo, fundando o suprematismo – explica Rodolfo Athayde. – É o resultado de uma pesquisa do artista sobre a essência da arte e representa a vanguarda mais radical.


As linhas simples e precisas de Círculo branco, de Rodchenko, causaram impacto

Além de pinturas, esculturas e objetos desenhados pelos artistas, a mostra reúne curiosidades como os figurinos desenhados por Malevich para a importante ópera Vitória sobre o sol, de Alexei Krutchônik (1913).

Filmes da época, como O homem com a câmera, de Dziga Vertov (1929), e Aelita, a rainha de Marte, de Yakov Protazanov (1924), além de documentários recentes, contextualizam artística e politicamente a cena soviética da época, além de cartazes publicitários, artísticos e políticos da época.

A política, aliás, é matéria-prima de todas as obras. Criadas antes e durante a revolução comunista de 1917, muitas peças utilizam os elementos-base da revolução industrial: ferro, vidro, acrílico, novos materiais para novos produtos e para a nova arte que surgia. Ania conta que foi também a política quem adicionou os ingredientes que fizeram desandar a receita da vanguarda.

– Com o stalinismo, os artistas que não seguiam o realismo soviético, o estilo artístico oficial, não eram perseguidos, mas não recebiam incentivos do governo – observa a curadora. – A maioria deles deixou de produzir arte de vanguarda.

20:04 - 06/04/2009
http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/04/06/e060417346.asp