7.12.14

Motown



Motown foi minha quarta opção de musical na Broadway semana passada. Só porque sou louca por musicais e assistir apenas três em sete dias, parecia-me muito pouco, comprei o ingresso sem levar muita fé. Foi a surpresa mais agradável, o melhor dos musicais que assisti nessa temporada em NY.

 A história da Motown é parte da cultura pop americana e, mais que isso, o espaço que privilegiou e abriu portas para grandes artistas negros da música dos Estados Unidos. Produção impecável, atores maravilhosos e músicas inesquecíveis. Ok, o roteiro serve mais para mostrar cerca de 60 canções com performances exuberantes do que para contar a história da Motown.

Não levou nenhum prêmio, mas recebeu 4 indicações para o Tony de 2014. Seja como for, é um belo espetáculo, delicioso de se assistir.

Neruda


Cabaret. De novo.



Cabaret é um dos filmes da minha vida. Assisti aos 16 anos e ali encontrei algumas referências que me são fundamentais até hoje. Vi dezenas de vezes. Li o Christopher Isherwood e assisti três vezes à peça de John Van Druten com as musicas magníficas de John Kander e Fred Ebb .
Nos anos 80, em Paris, vi Ute Lemper fazendo um Sally Bowles memorável, apesar da inesquecível interpretação de Liza Minelli no cinema. Natasha Richardson e Jane Horrocks, em montagens posteriores, também foram muito elogiadas pelas suas Sally Bowles. No fim dos anos 90, vi uma montagem na Broadway. Boa, apenas boa. 
A montagem brasileira, com Claudia Raia, depois que vi parcialmente num programa de TV, achei melhor nem passar perto.
Semana passada assisti a mais uma montagem de Cabaret, novamente no Studio 54, como nos anos 90. Emma Stone, uma boa atriz de cinema, substituindo Michelle Williams na atual montagem, definitivamente não consegue dar conta da personagem Sally Bowles. Porém, retomando o personagem que fez em montagem dos anos 90 e lhe garantiu um Tony, o ator Alan Cumming arrasa como o fantástico mestre de cerimônias que em nada deve à intepretação de Joel Grey no cinema. É dono absoluto do espetáculo.


Zé Luiz Mazziotti



Zé Luiz Mazziotti é daqueles cantores brasileiros que fizeram carreira fora do Brasil e infelizmente é pouco conhecido por aqui. Comparando-se com o império das grandes vozes femininas pós anos 60, poucos cantores brasileiros de MPB construíram uma carreira sólida. De certa forma, Zé Luiz Mazziotti é mais um representante daquelas belas vozes masculinas brasileiras, excluídas do padrão sacralizado em torno de João Gilberto. Esse padrão João Gilberto gerou, infelizmente, uma certa maldição em torno da grande voz masculina, associada à MPB de qualidade. Essa interpretação de "O que é amar", de Johnny Alf, é de uma elegância típica de Zé Luís Mazzoti.

New York, New York







Conrado



Pro meu querido amigo e irmão, Conrado Mariano, que partiu hoje. Sua ausência deixa um vazio enorme, mas a alegria da sua presença na vida de todos nós, seus amigos e pacientes, foi muito, muito maior. Vá em paz, meu querido.

Se um dia você for embora
Não pense em mim
Que eu não te quero meu
Eu te quero seu
Se um dia você for embora
Vá lentamente como a noite
Que amanhace sem que
A gente saiba
Exatamente
Como aconteceu
Se um dia você for embora
Ria se teu coração pedir
Chore se teu coração mandar
Mas não me esconda nada
Que nada se esconde
Se por acaso um dia você for embora
Leve o menino que você é.


Meu Menino
Ana Terra / Danilo Caymmi

Ikea

"A gente não quer só comida... A gente quer comida diversão e arte". Eu, como membro da classe média que sou, segundo Marilena Chauí, "uma abominação ética e cognitiva", gostaria muito de embelezar minha vidinha esteticamente medíocre com o design sueco da Ikea. Será que o novo Ministro da Fazendo (quem é mesmo?) poderia negociar sob todos os padrões éticos e republicanos a vinda da Ikea para o Brasil?

Desistiu do Brasil

ikea
Longe do Brasil
A sueca Ikea, uma das maiores redes mundiais de móveis e decoração, com filiais em 40 países, desistiu, ao menos por enquanto, de abrir lojas no Brasil.
Por Lauro Jardim